Seis pesquisadores de instituições dos Estados Unidos, Canadá e Polônia usaram dados de 194 países para quantificar a eficiência de políticas públicas de contenção à Covid-19. Dezoito deles incentivaram o uso das máscaras no início do surto e, com o passar do tempo, 14 são os que têm as menores taxas de mortalidade devido ao novo coronavírus.
A pesquisa, divulgada em 15 de junho, precisa de revisão por pares (checagem de outros especialistas) e não foi publicada em revistas científicas. Dados da Universidade de Oxford e também informações públicas dos países foram cruzados com taxas de mortalidade para a conclusão dos cientistas.
“Estes resultados apoiam o uso universal de máscaras pelo público para suprimir a disseminação do coronavírus. Baixos níveis de mortalidade foram observados em países asiáticos que adotaram o uso generalizado máscaras no início do surto”, diz o artigo.
Em Hong Kong, em fevereiro, 94,8% dos pedestres usavam máscara e 94,1% acreditavam que o uso ajudaria na contenção de uma epidemia. No Vietnã, em 31 de março, 99,5% das pessoas responderam dizendo que usavam a proteção ao sair de casa. Os dois têm uma taxa de mortalidade abaixo da média.
O que os autores mostram é que os países com normas claras de uso da máscara apresentaram uma alta de 8% por semana na taxa de mortalidade durante a pandemia. Aqueles que não exigiram a proteção individual, tiveram uma acréscimo de 54%.
“Após 10 ciclos da Covid-19, o uso de máscara pode reduzir o nível de infecção da população em 91,7% em comparação a uma população que não usa”, escrevem os autores.
Desde o início de junho, a Organização Mundial da Saúde defende novas regras para o uso. A entidade ampliou as circunstâncias em que as máscaras devem ser usadas e detalhou os materiais que funcionam melhor para conter a disseminação da doença.
O uso de máscaras por todas as pessoas onde houver transmissão ampla da doença e em situações em que o distanciamento social não é possível, como no transporte público;
Em áreas com transmissão comunitária, a recomendação é que pessoas com 60 anos ou mais ou com doenças pré-existentes usem máscara médica em situações em que o distanciamento físico não é possível;
Em áreas com ampla transmissão, a OMS aconselha máscaras médicas para todas as pessoas que trabalham nas áreas clínicas de uma unidade de saúde, não apenas para os trabalhadores que lidam com pacientes com Covid-19.
“Isso significa, por exemplo, que quando um médico faz uma consulta nas unidades de cardiologia ou de cuidados paliativos onde não há pacientes confirmados com Covid-19, eles ainda devem usar uma máscara médica”, explicou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A líder técnica da OMS, Maria van Kerkhove, também lembrou da importância do uso de acessórios especiais, como respiradores, para profissionais de saúde que estejam próximos a procedimentos que gerem aerossóis (pequenas gotículas de saliva no ar).
Antes de usar a máscara, lave as mãos com águas e sabão ou use álcool em gel;
Examine a máscara antes de colocá-la: se estiver danificada ou suja, não use;
Coloque a máscara de forma que ela cubra a boca, o nariz e o queixo. Se assegure de que não há espaços entre o seu rosto e a máscara;
Não toque na máscara enquanto estiver usando, para evitar contaminação;
Se tocar na máscara acidentalmente, limpe as mãos;
Antes de retirar a máscara, limpe as mãos com álcool ou lave com água e sabão;
Ao retirar a máscara, incline-se ligeiramente para a frente e pegue na máscara pelos elásticos, na parte que está atrás da orelha, sem tocar a frente;
Depois de retirá-la, lave as mãos novamente;
Se a máscara for de pano, lave com sabão é água, de preferência quente.