Mulher branca associa cabelo de mulher negra a doença e passageiros reagem com gritos de ‘racista’

Uma mulher negra registrou boletim de ocorrência após ter sofrido racismo no Metrô de São Paulo na tarde desta segunda-feira (2) por uma mulher branca que fez um comentário associando o cabelo dela a doenças. O caso gerou revolta entre os passageiros que estavam no vagão, que reagiram com gritos de “racista”. A suposta agressora acabou escoltada pela polícia. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

Welica Ribeiro, negra, é do Rio de Janeiro e estava no vagão com o irmão e o pai. Segundo ela, a mulher que foi identificada como Agnes Vajda, húngara, de cabelos loiros, estava sentada ao seu lado e pediu para que ela tomasse cuidado com o cabelo, crespo, que, segundo Agnes “poderia passar alguma doença”.

“Toma cuidado com o seu cabelo porque ele está muito próximo ao meu rosto e pode me causar doença”, relatou Welica à polícia sobre a fala da mulher, conforme o boletim de ocorrência.

À polícia, Agnes Vajda, que disse morar no Brasil há cinco anos, negou ter feito comentário racista. Segundo o BO, ela afirmou que se “ajeitou no banco para se afastar dos cabelos” e disse para Welica: “Se cuida porque se tiver alguém que tem doença com o cabelo, talvez você pode pegar”.

Segundo Agnes, ela “quis dar uma dica” e não teve a intenção de ofender. Nas redes sociais, ela se identifica como assistente consular do Consulado da Hungria em São Paulo. O Consulado confirmou que ela trabalha no local, mas não comentou sobre o caso.

O irmão de Welica, Jonatan Ribeiro, viu a cena e começou a filmar a discussão. No vídeo, a vítima diz para a mulher que nega a atitude racista: “Sabe o que que eu sugeri [para Agnes]? Eu sugeri [para] ela raspar a minha cabeça pra não incomodá-la”.

O corretor de imóveis Samuel Lopes, que estava no vagão momento da discussão, presenciou o que a mulher loira disse. “Na hora, ela virou assim: ‘moça, você pode tirar seu cabelo, que você pode passar alguma doença para mim?’, naquela cara de cinismo mesmo”.

É possível ouvir Agnes responder para Welica “eu falei que tem que cuidar”.

Revoltados, os outros passageiros gritaram “racista” para a mulher e impediram sua saída até a chegada da Polícia Militar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *