Cápsula do tempo enterrada há 22 anos no interior de SP revela objetos e cartas dos anos 2000

O que você estava fazendo em abril de 2000? Quais eram suas expectativas para o futuro? Em Capivari, interior de SP, estudantes da rede municipal de ensino fizeram uma cápsula do tempo com cartas e objetos da época, com objetivo de ser aberta 20 anos depois.

O monumento foi instalado em 22 de abril, dia em que completou-se 500 anos do descobrimento, na Praça Central da cidade e teria sido aberto no mesmo dia em 2020, se não fosse pela pandemia da Covid-19. Dois anos depois, finalmente veio a surpresa.

A cápsula do tempo foi onde estudantes da rede municipal da cidade depositaram cartas contando sobre a realidade do país naquela época, além de expectativas para o futuro. O monumento também guardou por 22 anos moedas, jornais, fotos e vários objetos.

“Nós guardamos na época recortes de jornais, fotografias do que a gente viveu, tem CDs aí dentro, tem uma carta minha contando quantos alunos a gente tinha na época”, conta a ex-secretária de educação Valéria Pacheco.

Segundo ela, em 2000 houve a municipalização do ensino em Capivari, quando a prefeitura assumiu o ensino fundamental, e isso foi um “pontapé” para o crescimento da rede de ensino da cidade.

A professora Alexandra Pagotto Souza, que tinha 22 anos na época em que a cápsula foi enterrada, lembra que seus alunos fizeram um livro, contando o que esperavam do Brasil em 20 anos. Por conta da ação do tempo, ainda não é possível abrir os papéis. “Foi um livro que nós montamos. A aluna que fez a capa já é até mamãe. É uma lembrança muito gostosa, é muito emocionante”, contou.

O evento de abertura da cápsula nesta sexta-feira (22) atraiu várias pessoas para a praça central da cidade. Antônio Darvino Costa, mesmo pedreiro que instalou a cápsula do tempo em 2000, também foi o responsável pela abertura em 2022.

“É muito emocionante, porque na época eu trabalhava como funcionário público. Eu lembro do evento muito bem até hoje… Houve uma emoção de falar ‘daqui a 20 anos se eu tiver vivo, aí eu gostaria de abrir a cápsula do tempo'”, contou. “É uma emoção, é uma honra grande eu participar desse evento. Porque faz parte da minha vida também.”

Além do livro feito por alunos e cartas, a cápsula do tempo guarda negativos de fotografias analógicas tiradas na época, revistas e jornais. Todo o acervo deve passar por uma separação, tratamento e depois será contado e arquivado pela prefeitura.

EXPOSIÇÃO E NOVA CÁPSULA

Os objetos devem entrar para o acervo do museu da cidade. Também deve haver uma exposição na praça central e, em seguida, haverá a formação de uma nova cápsula.

Segundo a técnica em museologia Gabriela Fiuza, antes de tudo os objetos devem ser tratados e copiados. “Ele [acervo] vai ser copiado para uma exposição aqui no dia 3 de julho, que vai ser também a formação da nova cápsula para mais 20 anos”, explicou.

A nova cápsula que será enterrada tem o objetivo de ser aberta no aniversário de 210 anos da cidade, em 2042.

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