Narcotraficante preso em operação da PF é de Limeira e já movimentou mais de R$ 5 bilhões em cinco anos

Reprodução/Redes sociais

A Polícia Federal realizou na última terça-feira (2) a Operação Terra Fértil, que visou descapitalizar patrimonialmente e desarticular uma organização criminosa que atuava no tráfico internacional de drogas.

A ação contou com cerca de 280 policiais federais, que cumpriram nove mandados de prisão preventiva e 80 de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares, como sequestro de bens e bloqueio de contas. 

A ação aconteceu simultaneamente nos estados de Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Bahia e Goiás. As investigações revelaram uma complexa engrenagem montada pelo grupo criminoso e grande quantidade de indivíduos interligados, alguns deles envolvidos com uma facção criminosa.

Nesta rede, foram identificados um narcotraficante internacional e pessoas físicas e jurídicas associadas a ele, que cometeram diversos crimes e agiam para ocultar e dissimular o patrimônio proveniente deles. O narcotraficante havia sido investigado em outras ocasiões pela PF e há suspeitas de que ele enviava cocaína para países das Américas do Sul e Central, incluindo remessas para cartéis mexicanos.

Ronald Roland é o suspeito de abastecer os cartéis mexicanos de Sinaloa e Los Zetas. Estima-se que, ao longo de cinco anos, o grupo liderado pelo criminoso tenha movimentado mais de R$ 5 bilhões, mantendo conexões com assaltantes de banco e integrantes de uma facção criminosa brasileira.

Ronald é de Limeira (SP) e manteve uma vida luxuosa em Uberlândia (MG), para onde se mudou em 2020. Apesar de ser discreto, segundo o delegado, a presença dos carros, mesmo em um condomínio de luxo da cidade mineira, e as viagens exibidas pela esposa nas redes sociais auxiliam a investigação federal.

Considerado foragido, Roland foi localizado quando a esposa postou no Instagram a localização do restaurante em que estavam almoçando. Depois de dois anos de buscas, ele foi preso.

Divulgação/PF
Divulgação/PF

Empresas de fachada

Durante as investigações, constatou-se que os envolvidos criavam empresas de fachada, sem vínculo de empregados no sistema de Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e, por meio dessas empresas, adquiriam imóveis e veículos de luxo para terceiras pessoas, assim como movimentavam grande quantia de valores, incompatíveis com seu capital social. Os sócios geralmente não possuíam vínculos empregatícios e alguns chegavam a receber auxílio emergencial.

Criptomoedas

A PF também descobriu que algumas das pessoas jurídicas efetuavam transações com empresas no ramo de criptomoedas e de atividades que não tinham relação com o ramo de negócio, o que leva a crer que os investimentos estivessem sendo usados para mascarar a origem ilícita dos valores.

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