Policiais do Rio de Janeiro prenderam hoje (5) Fred Henrique Lima Moreira, que durante três dias agrediu, torturou e manteve a namorada em cárcere privado. O suspeito permaneceu calado durante depoimento, segundo a polícia.
Na porta da delegacia do 12º DP (Copacabana), na Zona Sul do Rio, a vítima – a jornalista Ana Luiza – lembrou do que a levou a denunciar seu agressor e do quanto esteve perto de morrer.
“Eu reagi. A gente às vezes dá um ‘start’ na nossa vida e não podemos perder tempo. Então, pensei: ‘É agora ou vou morrer’. E eu ia morrer. Poderia ter infeccionado minha mandíbula. A fratura poderia ter pego a veia. Se eu continuasse lá, iria morrer. A mulher deve ser respeitada, amada, cuidada”.
Responsável pelo caso, a delegada Natacha Oliveira descreveu como o caso chegou à polícia.
“Na sexta-feira (29), a Ana compareceu à delegacia com muitos sinais evidentes de lesões corporais – principalmente na região da face. Ela informou que, durante esses três dias, o Fred a manteve em cárcere privado e a espancou várias vezes. Além da agressão física, ela também foi submetida a tortura psicológica”, disse a delegada.
Traumatismo craniano e mandíbula fraturada
Exames em uma unidade hospitalar constataram um traumatismo craniano e fratura na mandíbula. Ela permaneceu internada até quarta-feira (4).
“Foi ciúme, misturado com loucura. Ele cria histórias na cabeça dele – falou que tinha clonado meu celular. Ele inventou um motivo e partiu para cima de mim – está aqui o resultado. Estou com uma mandíbula de titânio, estou torta.”
A jornalista contou ainda que teve que descer nove andares de escada e pedir ajuda a uma pessoa do prédio onde estava em Copacabana para conseguir escapar das agressões a que foi submetida.
Durante a busca no apartamento de Fred, os policiais encontraram um bastão retrátil e um soco inglês – segundo a delegada, os dois objetos foram utilizados na agressão. No imóvel, os investigadores também encontraram uma réplica de pistola.
Ficha criminal extensa
Fred Moreira foi preso nesta quinta-feira (5) e vai responder por tentativa de feminicídio, estupro, cárcere privado e tortura.
Mas essa não é a primeira passagem dele polícia. Segundo os investigadores, o suspeito já tem ficha por violência doméstica, tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo e ameaça.