A promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5.000 mensais pode não sair do discurso, ao menos até o ano que vem. Em declaração à imprensa, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que não há espaço fiscal para mexer na tabela do Imposto de Renda em 2023. Especialistas ouvidos pelo R7 avaliam que a proposta dificilmente será concretizada neste ano e que os impedimentos já eram conhecidos pela equipe do petista desde a campanha.
Um levantamento feito pelo economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), revela que 91% dos empregados brasileiros ganhavam menos de R$ 5.000 (90,3 milhões) em setembro de 2022. Só 9% recebiam acima desse valor (8,9 milhões), o que mostra o impacto da promessa feita pelo petista durante a campanha eleitoral.
Só no segundo semestre
Nesta terça-feira (17), em painel do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o reajuste na tabela do Imposto de Renda só vai ser apresentado ao Congresso Nacional na segunda metade do ano. “No segundo semestre, nós queremos votar uma reforma tributária sobre a renda para desonerar as camadas mais pobres do imposto e onerar quem hoje não paga imposto, muita gente no Brasil não paga imposto, precisamos reequilibrar o sistema tributário para melhorar a distribuição de renda.”
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