Câmara de Limeira propõe CPI para investigar contrato de R$ 11,9 milhões em kits de robótica e material educacional
Foi protocolado na Câmara Municipal de Limeira um requerimento que propõe a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis irregularidades em um contrato firmado pela Prefeitura no valor de R$ 11,9 milhões. O documento solicita investigação sobre a compra de kits de robótica, livros paradidáticos e licenças de tecnologia destinados à rede municipal de ensino.
O contrato, firmado na gestão do ex-prefeito Mário Botion e do ex-secretário de educação André Luís de Francesco, entre o município e a empresa Life Tecnologia Educacional Ltda., é alvo de questionamentos sobre possível sobrepreço, direcionamento de licitação e inadequações pedagógicas nos materiais entregues. O requerimento aponta que cada kit de robótica teria sido adquirido por cerca de R$ 14 mil — valor até 78% superior ao praticado em outras cidades — e que a quantidade de livros e licenças compradas ultrapassaria o número de alunos matriculados na rede.

Os autores da proposta alegam ainda falhas na execução contratual, como incompatibilidade de componentes dos kits e ausência de alinhamento do conteúdo com o currículo oficial. Há também suspeitas de que parte dos materiais ainda não teria sido utilizada nas escolas.
O requerimento é de autoria do vereador Estevão Nogueira (Avante) e tem como consignatários Bruna Magalhães (PRTB), João Bano (Solidariedade), Zé da Farmácia (Solidariedade), Nilton Santos (Republicanos), Tatiane Lopes (Avante) e Costa Junior (Podemos). A proposta já reúne as sete assinaturas necessárias para a abertura da comissão e será lida na próxima sessão da Câmara, marcada para o dia 29 de outubro.
Caso seja instaurada, a CPI deverá apurar se houve violação aos princípios da administração pública e identificar possíveis responsáveis por irregularidades na contratação e execução do contrato.

