Exames de Bolsonaro para detectar o coronavírus deram negativo, apontam laudos entregues ao Supremo

Laudos entregues pela AGU (Advocacia-Geral da União) ao STF (Supremo Tribunal Federal) indicam que os resultados dos exames feitos pelo presidente Jair Bolsonaro para detectar o novo coronavírus deram negativos. Os testes foram divulgados ao público nesta quarta-feira (13), após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em uma ação do jornal O Estado de S. Paulo.

Antes, o presidente já tinha anunciado os resultados negativos em redes sociais, mas se recusava a mostrar os laudos.

Segundo ofícios anexados pela AGU, foram utilizados nos laudos nomes fictícios para a preservação da imagem e privacidade do presidente da República e por questões de segurança. O CPF e a data de nascimento nos papéis são, de fato, de Bolsonaro.

“Para a realização dos exames, foram utilizados no cadastro junto ao laboratório conveniado Sabin os nomes fictícios Airton Guedes e Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz, sendo preservados todos dados pessoais de registro civil junto aos órgãos oficiais”, afirma o ofício do comandante logístico do Hospital das Forças Armadas, Rui Yutaka Matsuda.

O laudo mais antigo entregue ao STF indica que a primeira amostra foi coletada em 12 de março por uma equipe do Hospital das Forças Armadas. O resultado foi liberado às 13h47min do dia seguinte. O teste foi feito pelo método PCR, considerado mais preciso porque detecta o material genético do coronavírus.

O ideal é realizar esse exame de três a sete dias depois do primeiro sintoma ou após o contato com alguém contaminado. A coleta do material foi feita dias após Bolsonaro retornar de uma viagem oficial aos Estados Unidos, em março.

O segundo exame foi registrado no sistema do laboratório no dia 17 de março, cinco dias após a primeira testagem. A repetição é parte do protocolo de segurança e ajuda a evitar um “falso positivo” causado pela janela imunológica – quando o vírus já está no corpo, mas ainda não pode ser detectado.

O segundo exame também usou o método PCR, considerado mais preciso. Após esse teste, o presidente voltou a anunciar o resultado negativo, sem apresentar qualquer comprovação.

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