![Caminhoneiros ameaçam greve no dia 1°; tanqueiros de Minas confirmam adesão - Economia - Estado de Minas](https://i0.wp.com/i.em.com.br/E432gfyqW86XIJkrQ1h_dSEWq2c=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/10/17/1314466/congestionamento-causado-na-br-381-por-causa-da-greve-dos-caminhoneiros-deflagrada-em-9-de-setembro-deste-ano-_0.jpg?w=1110&ssl=1)
O anúncio da Petrobras, nesta segunda-feira (25), de aumentar os valores do diesel em 8,8% nas refinarias (sem falar da gasolina, em 6,8%) não agradou os caminhoneiros autônomos, fortalecendo a paralisação agendada para o dia 1º de novembro, que tem como principal pauta justamente a alta do combustível.
Plínio Dias, presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), disse que os aumentos da Petrobras nos combustíveis favorecem exclusivamente os acionistas da empresa. E ressaltou que, agora, a paralisação para o dia 1º de novembro terá ainda mais apoio da categoria.
O governo chegou a sinalizar uma conversa com lideranças dos caminhoneiros para falar sobre as reivindicações que motivam a greve, que aconteceria na quinta-feira (28), mas foi desmarcada. A expectativa é de que a falta de diálogo e o aumento no preço dos combustíveis faça crescer o número de apoiadores do movimento.
O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti, disse que o reajuste praticado pela Petrobras foi em cima de um valor que já era impraticável. Litti também disse que a mudança feita pela Câmara dos Deputados para estabelecer uma alíquota fixa de ICMS por litro de combustível vendido, foi “engolida” pela política de preços da Petrobras, que ele afirma ser a principal causa do problema.
O diretor da CNTTL também se queixa de que o governo é fechado ao diálogo e não está aberto a ouvir opiniões e discutir a melhoria da política de preços da estatal. “Se fecham no castelo e ninguém mais entra”, disse.
O presidente da Associação Brasileira dos condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, mais conhecido como Chorão e um dos líderes da greve de 2018, disse que o aumento anunciado ontem pela Petrobras vai contra o discurso de Bolsonaro quando trocou o ex-presidente da estatal, Roberto Castelo Branco, por Joaquim Silva e Luna.
Ele afirma também que os aumentos praticados pela estatal ultrapassam a esfera política e atingem toda a população. “Eu quero ver como os bolsonaristas e esquerdistas que estão se digladiando entre si, e todos estão sofrendo, como eles vão suportar agora. Por isso nós estamos chamando para a pauta única. A data está aí, dia 1º de novembro.”
Entre as reivindicações estão o estabelecimento e cumprimento do frete mínimo, redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras.
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PRAZO AO GOVERNO
Em meados de outubro, a CNTTL, o CNTRC e a Abrava decidiram pela paralisação no dia 1º de novembro. Foram dados 15 dias para o governo do presidente Jair Bolsonaro atender às demandas.
Na época, Litti chegou a dizer que “o governo Bolsonaro teve o prazo de três anos para melhorar a vida do transportador autônomo e nada foi cumprido”.
A menos de uma semana do início da paralisação agendada, nenhuma reivindicação foi atendida. Como manobra para agradar a categoria, Bolsonaro prometeu pagar um auxílio de R$ 400 mensais para 750 mil caminhoneiros devido à alta do preço do diesel. O benefício deve custar R$ 3,8 bilhões aos cofres públicos.
Para o deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, o valor representa uma “esmola” para a categoria.
Crispim declarou ser o deputado mais leal ao governo em votações de pautas econômicas. Mas afirmou que o Planalto está “encomendando” a paralisação de 1º de novembro.